ALTOS FUNCIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DETIDOS POR TRÁFICO DE PASSAPORTES

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quarta-feira, 17 de abril, a detenção de três altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros, indiciados por crimes de corrupção, falsificação qualificada e associação criminosa. 

Os detidos são suspeitos de integrarem uma rede criminosa que se dedicava ao tráfico de passaportes e ao auxílio à emigração ilegal.

A operação, denominada XISTRA, foi desencadeada há dois meses e incluiu um conjunto intensivo de ações de vigilância e seguimento. Foram efectuadas abordagens importantes no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, onde a Célula Anti Tráfico da Polícia Judiciária intercetou vários passageiros na posse de passaportes de serviço emitidos de forma fraudulenta, os quais eram transacionados por avultadas somas de dinheiro.

As investigações culminaram com a execução de mandados de busca e apreensão na Direção Geral dos Assuntos Jurídicos e Consulares, de onde foram recolhidos diversos documentos que comprovam a ilegalidade das atividades em curso. Estes documentos serão agora peças fundamentais para a prossecução da investigação.

Os suspeitos, cujas identidades não foram divulgadas para não comprometer a investigação em curso, serão apresentados ao Ministério Público nas próximas amanhã, quinta-feira, para o primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação adequadas.

A Polícia Judiciária enfatiza que esta operação é apenas uma fase de um esforço contínuo e que há indícios de mais funcionários públicos envolvidos no tráfico de passaportes. A PJ compromete-se a prosseguir com a operação de desmantelamento desta rede criminosa, reafirmando o seu papel na luta contra a corrupção e o crime organizado, e na salvaguarda da segurança nacional e da ordem pública.

O sucesso desta operação é um testemunho do trabalho meticuloso e da dedicação dos investigadores da Polícia Judiciária, que continuam a trabalhar incansavelmente para assegurar a integridade das instituições e a confiança dos cidadãos nos serviços públicos.