A Polícia Judiciária incinerou na terça-feira, 23 de setembro de 2025, mais de uma tonelada de drogas, entre as quais se incluem cocaína, liamba, haxixe, metanfetamina, anfetamina e kusch, na presença da Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos, Maria do Céu Silva Monteiro, e de representantes do Ministério Público e de organizações da Comunidade Internacional.
Foram incineradas, no total: 197.927,52 gramas de cocaína; 949.562,92 gramas de liamba (canábis); 14.167,6 gramas de haxixe; 22,1 gramas de metanfetamina; 40 ml de anfetamina; e 1.347,9 gramas de kusch, uma droga composta por variedades de canábis.
A Polícia Judiciária aproveitou a cerimónia de incineração para denunciar a existência de um novo tipo de droga, consumida maioritariamente pela juventude. Esta droga é conhecida como kusch (uma mistura de canábis com outros compostos), tendo a instituição apelado à colaboração da população em geral e, em particular, das entidades de investigação criminal, para travar a sua comercialização no país.
Na sua declaração aos jornalistas, a Ministra da Justiça elogiou a Direção Nacional da Polícia Judiciária pelo trabalho desenvolvido e pela firmeza no combate ao crime organizado, agradecendo igualmente o apoio dos parceiros internacionais à equipa de trabalho, “de relevância social e democrática, baseado no princípio da legalidade”.
O Diretor Nacional da Polícia Judiciária, Domingos Monteiro Correia, afirmou que a existência do novo tipo de droga conhecida no país como kusch representa “um elevado risco para a juventude”. Acrescentou que a referida droga “contém analgésicos fortes (tapentafol) misturados com a canábis sativa e osso humano, aumentando ainda mais o seu potencial destrutivo na vida dos consumidores”.
“É uma preocupação que temos e estamos a fazer o máximo, em articulação com os nossos parceiros e colaboradores, para combater o kusch. Vamos desencadear ações para travar a sua entrada, criando bloqueios nas zonas fronteiriças, porque não queremos que esta droga destrua os nossos jovens, a força motriz do país”, declarou.
Domingos Monteiro Correia explicou que a incineração das drogas enquadra-se no âmbito da Lei da Droga, que regula a destruição das substâncias apreendidas sob fiscalização das autoridades judiciais e governamentais.
“Incinerámos esta quantidade de droga apreendida no país para consumo, a fim de evitar que os nossos jovens caiam nesse perigo e para que a sociedade não enfrente problemas agravados pelo consumo”, sublinhou.
Assegurou ainda que o país está a ser afetado pelo consumo de drogas, frisando que a PJ está a trabalhar arduamente para travar a entrada destas substâncias no território, mas que “tudo isto requer a contribuição de todos das autoridades governamentais, dos atores da justiça e da sociedade civil em geral”.
Por sua vez, a representante do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), Cristina Andrade, afirmou que o ato representa um sinal positivo na luta contra este fenómeno no país, felicitando a equipa da PJ pelos procedimentos transparentes utilizados nesta cerimónia envolvendo vários parceiros.
“A incineração das drogas significa que temos menos substâncias disponíveis para o consumo de crianças e jovens. É um contributo para as comunidades e para a Guiné-Bissau”, enfatizou, lembrando que esta dinâmica da PJ tem um impacto indireto para uma juventude mais saudável, sendo “um contributo relevante para o desenvolvimento do país e da sociedade”.