A Polícia Judiciária recebeu na sexta-feira, 16 de junho, um lote de materiais informáticos oferecidos pela Plan Internacional, com o intuito de apoiar a brigada de menores no combate a crimes contra crianças e mulheres na Guiné-Bissau.
O lote de materiais informáticos está constituído por uma impressora, tonel, duas máquinas de fotografia, telemóveis e um projetor de imagem, que o diretor nacional desta corporação policial da investigação criminal, Domingos Monteiro Correia, recebeu das mãos da representante da PLAN Internacional, Antoinette Chibi.
Na sua declaração, o diretor nacional da PJ destacou que o gesto daquela organização internacional é muito importante, porque “vai aumentar a capacidade dos nossos técnicos no trabalho que fazem no terreno, na organização de processos, mas sobretudo na recolha de evidências”.
“Não é um volume grande que faz a diferença, o essencial é esse gesto feito aqui. Vou deixar aqui garantias que estes materiais serão devidamente utilizados em proveito do trabalho”, disse, acrescentando que registou-se este ano um aumento de performance a nível do trabalho bastante significativo.
Explicou que a brigada de menores é uma equipa muito restrita, mas está por todo o lado.
“Eu fiquei muito feliz quando soube que a Plan está a tentar trabalhar agora numa outra linha que é bastante importante. Ainda ontem nós estivemos numa reunião aqui para analisar alguns casos de abusos e a questão da traçabilidade das vítimas e de agressores, também na sua identificação e traçabilidade” ,disse e lembrando que recentemente houve um caso em que uma criança de oito anos de idade do sexo masculino foi agredida.
Segundo avançou, a ideia que as pessoas têm dessa prática é que a violação acontece apenas com meninas, mas “vê-se hoje a violação dos homens e até das crianças”. Por isso, a PJ está a trabalhar na identificação destas pessoas e estudos do perfil”.
Domingos Monteiro Correia disse que a Plan tem um terreno aberto para trabalhar com a instituição que dirige, acrescentando que a PJ está a contar muito com a colaboração daquela organização internacional que zela pelos direitos das crianças na Guiné-Bissau.
Recordou que a PJ funciona com um serviço de atendimento (121) que, segundo sua explicação, acaba por transformar numa espécie de “callcenter”.
Enfatizou que é preciso formar os agentes nas técnicas de atendimento, porque “muitas vezes a falta de formação pode levar a vítima a sofrer”.
“Imagina se uma vítima é mal atendida, pode ser a vítima duas vezes, por isso nós queremos melhorar a performance do nosso pessoal neste aspeto”, assegurou.
A representante da PLAN Internacional, Antoinette Chibi, disse na sua intervenção que a camadas mais vulneráveis e expostas aos crimes são as crianças, raparigas e mulheres, razão pela qual a sua organização engajou-se em reforçar a colaboração com a direção nacional da PJ, seja através da formação sobre género, a igualdade, a proteção das crianças e reforço de capacidade do pessoas, desde que vá permitir reforçar o trabalho feito por esta corporação policial de investigação criminal no quadro da sua responsabilidade.
“Acredito que juntos podemos explorar outras áreas de colaboração que pode ir até à procura de financiamentos para apoiar as ações ou intervenções da PJ”, referiu, exortando a direção nacional da PJ para não hesitar em partilhar qualquer coisa com a sua organização, mesmo que seja uma mensagem, estarão sempre disponíveis.
“Se a PJ vier a precisar do reforço de capacidade em certos domínios, desde que seja na área da nossa intervenção, sobretudo no que concerne à proteção das crianças. Temos a sorte de ter uma boa rede de técnicos, não apenas na Guiné-Bissau, mas em mais de 70 países no mundo que podemos requisitar”, assegurou.